A quatro meses da eleição, além de ajudar a colocar a inflação para acima de dois dígitos, o valor do diesel e da gasolina tem afetado a popularidade de Jair Bolsonaro.
Nesta terça-feira (14), de acordo com integrantes do Executivo, o governo do presidente Jair Bolsonaro pediu à direção da Petrobras para segurar o reajuste no preço dos combustíveis. O presidente quer que os preços permaneçam como estão, pelo menos até conclusão da votação pelo Congresso dos projetos que tentam reduzir o preço do óleo diesel, da gasolina, do gás e da energia elétrica.
A Petrobras vem alertando ao governo que há uma diferença cada vez maior entre os preços praticados internamente e o valor do petróleo no mercado internacional, que teve um aumento nos últimos dias.
Com cerca de 20% de diferença em relação aos preços internacionais, o mercado estima que a Petrobras estivesse vendendo o diesel e a gasolina nas refinarias. A estatal teria dito que manter uma defasagem grande de preços poderia levar a desabastecimento no mercado local, especificamente de óleo diesel, já que há uma necessidade de importação deste combustível.
Nesta reunião em conjunto com a diretoria da Petrobras, esteve o ministro de Minas e Energia, o presidente da Petrobras, Adolfo Sachsida, José Mauro Ferreira Coelho, diretor de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella, e Márcio Weber, presidente do Conselho de Administração da Estatal. De acordo com os integrantes do governo, a reunião foi inconclusiva.
A principal dor de cabeça para o governo neste momento é o preço dos combustíveis. A quatro meses da eleição, além de ajudar a colocar a inflação para acima de dois dígitos, o valor do diesel e da gasolina tem afetado a popularidade de Jair Bolsonaro.
O governo trocou o comando do Ministério de Minas e Energia e, em menos de dois meses, mudou a presidência da Petrobras para tentar colocar um freio nos aumentos. Agora estão negociando com o Congresso um projeto para reduzir em R$1,65 o litro de gasolina e em R$0,76 do óleo diesel. Já na energia elétrica, o impacto seria no entorno de 12% nas contas de luz.
De acordo com os integrantes do governo, Bolsonaro quer segurar o preço dos combustíveis pelo menos até a eleição. Diante do risco de desabastecimento, se isso não for possível, o governo pediu para segurar o preço até a votação dos projetos pelo Congresso. O entorno do presidente avalia que não adiantaria gastar capital político e quase R$50 bilhões para baixar os preços dos combustíveis e a Petrobras antes de fazer um aumento.
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Fonte: A Tarde