Indicações estão sendo avaliadas para as diversas secretarias e as tratativas seguem nos bastidores dentro do mercado das negociações políticas.
Embora oficialmente a equipe de transição do governador eleito Jerônimo Rodrigues (PT) afirme que ainda está analisando a estrutura do Estado, na prática, já discute a formação do futuro governo. Indicações estão sendo avaliadas para as diversas secretarias e as tratativas seguem nos bastidores dentro do mercado das negociações políticas.
A nomeação de Adolpho Loyola como Chefe de Gabinete, por exemplo, é dada como certa. Ele coordenou a campanha petista e conquistou uma relação de intimidade e confiança com Jerônimo. “Foi o braço direto na campanha, viajava sempre com ele e era o mais requisitado’, revelou uma das fontes próximas ao novo governador, ouvidas anonimamente para preservar o trabalho da comissão de transição. Procurado para comentar seu favoritismo, Loyola disse que “ainda não tem declaração a dar”.
Outro membro da campanha terá lugar garantido na administração estadual. O ex-prefeito de Camaçari e ex-deputado federal Luiz Caetano, que atuou como coordenador político, deve ser reconduzido à Secretaria de Relações Institucionais, ocupada por ele durante a gestão Rui Costa.
A secretaria da Saúde, uma das mais importantes e com maior volume de recursos, ainda estaria sem definição. O PSB tenta emplacar a deputada estadual Fabíola Mansur para comandar a pasta, mas, em torno de Jerônimo, é improvável que essa hipótese se confirme. O ex-secretário Fábio Vilas-Boas, que não conseguiu vaga na Câmara Federal este ano, chegou a ser ventilado, mas logo descartado por causa das polêmicas envolvendo a sua saída do cargo no ano passado. A avaliação interna é de que ele só prejudicaria a imagem do futuro governo.
Alguns nomes devem permanecer no governo, mesmo que em outras funções. É o caso do atual secretário da Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, indicação do PSD e bem avaliado internamente. Roberta Sampaio, atual assessora especial da Casa Civil de Rui Costa, é apontada como peça importante por conhecer “360 graus” da estrutura do governo e vai ocupar função de destaque na dança das cadeiras. Situação semelhante a de Rowenna Brito, assessora institucional da Secretaria de Educação da Bahia. Apesar de não integrar o grupo de transição, é nome com respaldo para continuar na equipe do PT.
Outras pessoas próximas a Jerônimo, e fora da bolha política, também estão na dianteira na disputa por cargos no primeiro ou no segundo escalão do governo. O professor de Direito Felipe Freitas, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, é da cota pessoal do governador eleito e visto como quadro técnico competente na área da Segurança Pública.
O presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, também é especulado para compor a administração estadual a partir do próximo ano. Questionado sobre essa possibilidade, ele afirmou que tem o compromisso de cumprir o mandato à frente do partido, que termina em 2023, mas pode avaliar o convite para participar do governo.
“Se o governador avaliar que devo contribuir com a gestão, com o governo, eu sentarei com os companheiros e companheiras da direção para avaliar. Mas estou feliz e honrado com a tarefa da presidência do PT Bahia e de poder ajudar nossa militância e a organização da classe trabalhadora”, contou ao A Tarde.
De acordo com Valadares, a equipe de transição neste momento está preocupada em fazer um “desenho administrativo do Estado, nas possíveis reformas na estrutura e não na composição” e que Jerônimo só deve tratar de indicações no início de dezembro.
“Ele tem falado em renovar, oxigenar, em promover uma atualização. Claro que isso não é uma coisa dogmática, obrigatória para todas as áreas, mas uma tendência, um chamamento, uma provocação do governador Jerônimo para que a base e os partidos entendam que ele vai dar uma cara nova, a sua própria marca ao governo que se iniciará em janeiro”, explica.
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Fonte: A Tarde