Figuras conhecidas e já especuladas pela imprensa e pelo mercado acabaram se confirmando entre os futuros ministros.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira (09), em Brasília, os esperados primeiros nomes do novo governo que terá início em janeiro. Figuras conhecidas e já especuladas pela imprensa e pelo mercado acabaram se confirmando, entre elas o atual governador da Bahia, Rui Costa (PT), que está encerrando o segundo mandado, e vai assumir a Casa Civil.
Rui Costa
O atual governador da Bahia, Rui Costa (PT), em fim de segundo mandato, é próximo do presidente Lula desde os tempos de fundação do PT na Bahia, nos anos 1980, e vai assumir a Casa Civil.
Graduado em Economia, Rui teve atuação ligado ao movimento sindical, sobretudo no Polo Petroquímico, e seguiu carreira política ao ser eleito vereador por Salvador, em 2004. Ele deixou o mandato em 2007 para assumir a secretaria de Relações Institucionais do governo Jaques Wagner. Nas eleições de 2009 foi eleito deputado federal, mas novamente deixa o mandato para integrar o segundo governo Jaques Wagner, desta vez na Casa Civil. Depois, foi eleito governador da Bahia por duas vezes.
Rui Costa tem 59 anos e é conhecido pelo estilo pragmático e centralizador de atuar na política, em busca de resultados. Minucioso, ele gosta de acompanhar cada detalhe dos projetos nos quais está envolvido.
Fernando Haddad
O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), é muito próximo do presidente Lula e vai assumir o importante ministério da Fazenda. Foi ele quem concorreu à presidência pelo PT, em 2018, contra Bolsonaro, após Lula ficar impedido por causa da prisão.
Acadêmico, Haddad é professor de ciência política da Universidade de São Paulo (USP). Ele é graduado em Direito, mestre em Economia e Doutor em Filosofia.
Haddad foi ministro da Educação de Lula entre 2005 e 2012 e responsável pela criação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), a implementação da Universidade Aberta do Brasil e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, assim como a implementação do Programa Universidade para Todos (ProUni) e a reformulação e ampliação do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Após ser ministro, ele foi eleito prefeito da capital paulista (2013-2017).
Um dos desafios de Haddad à frente da Fazenda será lidar com o mercado e equacionar a famosa responsabilidade fiscal com a social, mantra do novo governo Lula.
Flávio Dino
Flávio Dino (PSB) vai assumir o ministério da Justiça. Ele foi eleito senador este ano, após governar o Maranhão por dois mandatos consecutivos, derrotando o clã Sarney naquele estado.
Dino é conhecido pela experiência na articulação política. Formado em direito pela Universidade Federal do Maranhão, ele foi presidente da Associação Nacional de Juízes Federais e membro do Conselho Nacional de Justiça. Foi ainda deputado federal. Desde a campanha, Dino tem se aproximado cada vez mais de Lula.
Mauro Silva
O diplomata Mauro Vieira será ministro das Relações Exteriores do novo governo Lula. Ele chega indicado por Celso Amorim, após já ter assumido o mesmo cargo no segundo mandato de Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016.
É consenso em Brasília que o próximo chefe do Itamaraty tem como missão restaurar a imagem internacional do Brasil por conta da política desastrosa de Bolsonaro, e refazer e fortalecer as relações com países como os Estados Unidos e a França.
Vieira é considerado um bom diplomata, com bastante experiência política e ampla rede de contatos, além de bom trânsito no Congresso Nacional. Ele já trabalhou nos ministérios da Ciência e Tecnologia e da Providência Social. Além disso, é visto como uma pessoa leal ao presidente Lula.
José Múcio
José Múcio Monteiro Filho, de 74 anos, que vai assumir o Ministério da Defesa, tem boa interlocução com diversos segmentos do Judiciário e do Congresso Nacional. Múcio chega ao governo em meio à polêmicas por causa das relações que mantém com o campo da direita. Durante a campanha eleitoral, ele tomou café com o presidente Jair Bolsonaro (PL), mas no passado, no governo Lula, já foi visto tocando violão para o petista.
Múcio é conhecido como uma figura equilibrada que respeita as instituições e tem, por isso, uma imagem muito boa nos meios político e militar. Ele é engenheiro civil de formação, vem de uma família tradicional da política e do setor empresarial em Pernambuco.
Deputado federal entre 1991 e 2000, por cinco mandatos consecutivos, Múcio já foi também Ministro-Chefe da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula, entre 2007 e 2009. Foi ainda ministro do Tribunal de Contas da União de 2009 a 2021, quando pediu para se aposentar.
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Fonte: A Tarde