Homem resgatado no alojamento no Sul diz que somente os baianos que apanhavam

De sua cama, o homem acompanhou agoniado as agressões no quarto ao lado, que só tinha baianos.

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Era madrugada quando o homem observou 4 seguranças entrando no quarto ao lado, onde os trabalhadores dormiam, em Bento Gonçalves (RS), para quem estava no alojamento, os minutos seguintes foram atordoantes.

Horas antes, um dos ocupantes havia postado um vídeo na rede social, denunciando as condições do uniforme que recebia diariamente para a colheita de uva, completamente encharcado, a roupa precisava ser devolvida ao final do turno e, sem tempo para secar depois de lavado, acabava sendo entregue no dia seguinte ainda molhada.

Essa publicação repercutiu e os seguranças não demoraram para chegar no autor da postagem.

De sua cama, o homem citado acima acompanhou agoniado as agressões no quarto ao lado, que só tinha baianos. “Escutei barulho de choque, de gritos, de pedidos de socorro, mas não tinha o que a gente pudesse fazer”.

O grupo agredido fugiu e comunicou a situação à PRF (Polícia Rodoviária Federal) de Caxias do Sul, dando início ao resgate dos trabalhadores em condições análogas à escravidão.

O homem que relata essa situação é gaúcho de Portão, cidade próxima a Porto Alegre, chegou à Serra em 25 de janeiro, um dia após ver nas redes sociais uma oferta de emprego na colheita da uva.

O salário: R$ 2.000 pelo mês trabalhado. “Achei que fosse um trabalho como qualquer outro”, com o passar dos dias passou a notar que o tratamento dado a ele, e a outros gaúchos, era diferente em relação aos baianos. “Eles apanhavam bastante. Qualquer coisa que estivesse errada, apanhava. Nós do Sul não apanhávamos.”.

A rotina de trabalho com carga horária era acima do combinado. “A gente saía para trabalhar às 5h e chegava na pousada às 20h. O combinado era um horário normal, das 7h às 18h, com uma hora de intervalo.”

Na hora do almoço, alguns trabalhadores não conseguiam fazer a refeição, o prato de comida era entregue para o grupo ainda na madrugada e, enquanto trabalhavam a comida ficava ao relento, sem refrigeração e estragava.

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Fonte: UOL

				
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