Preconceito e discriminação atingem 70% dos negros no Brasil, aponta pesquisa

Os dados mostram que esses episódios ocorreram em diferentes contextos do cotidiano.

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Uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Locomotiva e pela plataforma QuestionPro entre os dias 4 e 13 de novembro apontou que sete em cada dez pessoas negras no Brasil já vivenciaram situações de discriminação ou preconceito racial.

Os dados mostram que esses episódios ocorreram em diferentes contextos do cotidiano, refletindo uma realidade preocupante de exclusão e marginalização, inclusive reconhecida por uma parte significativa da população branca.

De acordo com o levantamento, os sentimentos de discriminação e preconceito impactam diretamente a liberdade de circulação e o bem-estar dos brasileiros.

As situações desconfortáveis vivenciadas por pessoas negras vão desde o medo de ser abordado ao utilizar o transporte público até o receio de interagir com autoridades, como a polícia.

A pesquisa revelou que 39% dos negros evitam pegar transporte coletivo por temerem ser interpelados, enquanto 36% já se abstiveram de pedir ajuda à polícia em vias públicas.

O constrangimento também é frequente em estabelecimentos comerciais: 46% dos negros disseram evitar entrar em lojas de marcas renomadas para não passar por situações embaraçosas, e 36% deixaram de pedir assistência a vendedores ou atendentes, 32% optaram por não ir a agências bancárias e 31% evitaram supermercados devido ao temor de discriminação.

Essas experiências têm um custo emocional significativo, a pesquisa indica que 73% dos negros afirmaram que as situações de preconceito afetam negativamente sua saúde mental, contribuindo para o desgaste psicológico constante, além disso, 68% dos entrevistados disseram conhecer alguém que já sofreu discriminação racial.

Entre os brancos, 36% reconhecem que podem ter agido de forma preconceituosa, mesmo sem intenção, ao interagir com pessoas negras.

Esse dado revela uma percepção crescente de que o racismo é um fenômeno estrutural e presente no cotidiano de muitas interações sociais.

Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, destaca que os dados da pesquisa evidenciam a necessidade urgente de políticas públicas e iniciativas sociais para combater o racismo e oferecer suporte emocional e psicológico adequado às vítimas.

Ele reforça que a desigualdade racial continua a ser uma realidade vivida por uma grande parcela da população e que ações concretas são necessárias para derrubar as barreiras que perpetuam a discriminação e limitam as oportunidades de milhões de brasileiros.

A pesquisa foi realizada de forma digital e teve uma amostra representativa nacional, com 1.185 pessoas maiores de 18 anos, sendo que a margem de erro é de 2,8 pontos percentuais.

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Fonte: Mídia Bahia

				
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