O problema da falta de holofotes acesos para o forró atinge o São João há anos e é duramente criticado pelas personalidades ligadas ao arrasta-pé.
Os artistas com os cachês mais altos que vão tocar em cidades da Bahia durante as festas juninas, não fazem parte do forró, mas de outro ritmo: o sertanejo.
Esses dados são obtidos no Portal da Transparência Junino, construído pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).
O sertanejo, conhecido pelos altos investimentos, embala as apresentações de 7 dos 10 artistas com maior valor por espetáculo.
O problema da falta de holofotes acesos para o forró atinge o São João há anos e é duramente criticado pelas personalidades ligadas ao arrasta-pé.
A presidente da Associação Cultural dos Forrozeiros da Bahia (Asa Branca), Marizete Silva do Nascimento, disse que enxerga o investimento de recursos em outros ritmos com muita “indignidade e aborrecimento” e pediu respeito pelas tradições e culturas nordestinas.
Como solução, Marizete citou o Projeto de Lei 3083, apresentado no dia 14 deste mês pelo deputado federal Fernando Rodolfo (PL), em parceria com a Asa Branca, que pretende regulamentar a destinação de recursos públicos para as festividades de São João, em todo o Brasil, e estabelecer um percentual que deve ser empregado para a contratação de artistas e conjuntos musicais que representam a cultura popular do Forró.
“Hoje não se contrata quem faz bem os shows de festas nordestinas no São João e a diferença dos valores pagos para quem não é forrozeiro é um disparate, essa situação é a nível nacional”, disse Marizete.
No início deste mês, o cantor Flávio José, referência do forró, teve o seu tempo de show reduzido para o sertanejo Gusttavo Lima, que se apresentaria depois tivesse uma apresentação maior, esse caso aconteceu durante uma festa junina batizada como “Maior São João do Mundo”, em Campina Grande.
Avaliando a situação, o forrozeiro Adelmário Coelho disse que já presenciou gestores colocarem 80% de atrações que não são do gênero musical tradicional nas festas juninas, sobrando um espaço de 20% para os cantores do forró. “É triste para caramba. E isso é quase rotina, só que geralmente não chega na mídia. E foi bom [este caso] para dar uma sacudida e as pessoas terem essa informação”, desabafou o artista.
Veja abaixo os 10 artistas com os cachês mais altos:
Wesley Safadão – R$ 700 mil – 5 contratos, totalizando em R$ 3,5 milhões
Zé Neto e Cristiano – R$ 650 mil – 2 contratos, totalizando em R$ 1,3 milhões
Leonardo – R$ 500 mil
Bruno e Marrone – R$ 500 mil – 2 contratos, totalizando em R$1 milhão
João Gomes – R$ 490 mil e R$ 450 mil – 6 contratos, totalizando em R$ 2,7 milhões
Mari Fernandez – R$ 460 mil – 6 contratos, totalizando R$ 2.6 milhões
Maiara e Maraísa – R$ 450 mil – 5 contratos, totalizando em R$ 2.2 milhões
Bell Marques – R$ 450 mil – 2 contratos, totalizando em R$ 900 mil
Simone Mendes – R$ 420 mil e R$ 400 mil – 3 contratos, totalizando em R$ 1,2 milhões
Nattan – R$ 400 mil
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Fonte: Amargosa News / Metro 1