Foi estabelecida uma estratégia laboratorial sentinela para a busca ativa de casos de FM (Febre do Mayaro) e FO, a partir de amostras negativas para Dengue, Chikungunya e Zika.
O LACEN/BA (Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia) implementou no ano de 2023 o diagnóstico biomolecular para detecção de casos de FO (Febre do Oropouche) como parte integrante dos exames realizados.
Esta iniciativa foi possível graças à parceria com a CGLAB (Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública) do Ministério da Saúde.
Foi estabelecida uma estratégia laboratorial sentinela para a busca ativa de casos de FM (Febre do Mayaro) e FO, a partir de amostras negativas para Dengue, Chikungunya e Zika.
O objetivo é identificar a circulação de outros arbovirus que possam estar associados aos casos notificados, mas que não demonstrem evidências de infecção pelos virus transmitidos pelo Aedes aegypti.
Em 23 de março de 2024, a Bahia registrou nove casos confirmados de Febre do Oropouche, um virus endêmico na região Amazónica e não endêmico na Bahia, desses, sete casos foram identificados em Valença e dois em Laje.
O estado está conduzindo uma investigação epidemiológica para determinar o LPI (Local Provável de Infecção) dos indivíduos infectados e estabelecer medidas de controle e prevenção aos possíveis indivíduos suscetíveis aos vetores e o risco de infecção.
A Febre do Oropouche é uma doença causada por um arbovirus (vírus transmitido por artrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da familia Peribunyaviridae.
Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazónica, assim como relatos de casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panama, Argentina, Bolivia, Equador, Peru e Venezuela).
A doença se apresenta no comportamento epidemiológico de dois ciclos de transmissão descritos: silvestre e urbano.
No ciclo silvestre, bichos preguiça e primatas não-humanos (e possivelmente aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros.
Ha registros de isolamento do OROV em algumas espécies de mosquitos, como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus, no entanto, o suposto vetor primário é o Culicoides paraensis (Diptera: Ceratopogonidae), conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
No ciclo urbano, o homem é o hospedeiro principal, e o vetor primário também é o C. paraensis. Eventualmente, o mosquito Culex quinquefasciatus pode transmitir o virus em ambientes urbanos.
Até o momento não há evidência de transmissão direta de pessoa a pessoa.
Após a infecção, o virus permanece no sangue dos individuos infectados por 2-5 dias após o início dos primeiros sintomas.
O periodo de incubação intrínseca do virus (em humanos) pode variar entre 3 e 8 dias após a infecção pela picada do vetor.
Entre as características do OROV, destaca-se seu elevado potencial de transmissão e disseminação, com capacidade de causar surtos e epidemias em áreas urbanas. Não hà vacina e tratamento específico disponíveis.
Os pacientes diagnosticados com Febre do Oropouche geralmente apresentam um quadro clínico agudo caracterizado por febre de inicio súbito, cefaleia, mialgia e artralgia. Outros sintomas frequentemente relatados incluem tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos.
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Com informações da Sesab via Criativa O Line